Bang Bang: Viva Zapata! (Viva Zapata!, 1952)

. Direção: Elia Kazan
. Roteiro: John Steinbeck
. Produção: Darryl F. Zanuck
. Fotografia: Joseph MacDonald
. Música: Alex North
. Origem: estados Unidos
. Duração 113 Minutos
. Cor: Preto e Branco

Sinopse:

Na Cidade do México, em 1909, uma delegação de camponeses, do Estado de Morelos, chega ao Palácio do Governo para uma audiência com o Presidente Porfírio Díaz. Díaz está no poder há 34 anos, por isso, é conhecido como o Presidente Perpétuo.

Os camponeses vierem reivindicar a devolução de suas terras que foram tomadas pelo Governo da Província. Estas terras, ao sul de Anenecuilo, pertencem à aldeia há séculos. As terras tomadas foram cercadas com arame farpado e nelas está sendo cultivada a cana de açúcar. Só sobraram terras nas colinas rochosas, impróprias para o plantio do milho, produto básico para a alimentação dos nativos. Porfirio pergunta-lhes se eles tinham os títulos de propriedade das terras. Eles apresentaram títulos que foram dados pela coroa espanhola e pela República Mexicana. Porfirio diz que que eles devem provar a demarcação, os limites das propriedades. Eles afirmam que isso não é possível, pois as terras estão cercadas e vigiadas por tropas do governo. Porfirio argumenta que eles deveriam procurar os tribunais para apresentar seus pleitos.*Emiliano Zapata, que estava no grupo, perguntou se ele sabia de algum pleito ganho pelos camponeses nos tribunais. Porfirio diz que ele não pode fazer tudo sozinho - ele só pode aconselhar. Quando Porfirio percebeu que aquele campones tinha espírito de liderança, perguntou qual o seu nome e marcou, na agenda da audiência, o nome de Zapata.
Francisco Madero, um opositor ao governo de Díaz, pretendia formar uma frente de luta contra o governo, unindo os líderes de várias regiões do México, manda um mensageiro até Morelos levando uma carta a Zapata expondo seus planos. Zapata, que era analfabeto, finge não dar atenção ao assunto e manda um amigo seu para o Texas, onde estava refugiado Madero, para avaliar a situação.

Zapata, que era considerado um grande conhecedor de cavalos e excelente adestrador, foi trabalhar para um grande fazendeiro, Don Nacio. Certo dia, viu Acente, um campones da região, sendo puxado, por um laço no pescoço, por tropas do governo. Zapata soube que o crime de Acente fora ter semeado milho em terras que estavam cercadas. Quando tentou libertá-lo, Acente foi puxado pelo cavalariano que acelerou a montaria, enforcando-o. Zapata, empunhando um machete, mata dois homens da tropa. Torna-se um fora da lei procurado.

Zapata estava cortejando Josefa, uma jovem de boa família. Quando foi falar com o pai dela, este disse-lhe que era totalmente contra o casamento, visto que ele era um "proprietário de terras, sem terra", pois as terras de sua familia tinham sido tomada por "tierratenentes". À saída da casa de Josefa, Zapata foi preso por uma tropa do governo, tendo as mãos atadas às costas e um laço no pescoço pelo qual era puxado pelos soldados a cavalo. Vendo isso, os camponeses começaram a acompanhar a tropa. À medida que se afastavam da vila, o número de camposes aumentava. Quando chegou a um estreito desfiladeiro, a tropa estava totalmente cercada por centenas de pessoas. Aparece, então, Eufemio com alguns cavaleiros armados, impedindo a passagem. Zapata é libertado sem nenhum tipo de luta.

Zapata agora é um líder guerrilheiro atuante: atacou um trem e um quartel do exército, em busca de armas e munições. Madero concede-lhe o título de General dos Exércitos do Sul. Agora, o pai de Josefa vai pessoalmente procurá-lo e permite que se case com a filha. Neste mesmo dia, Porfirio Díaz foge para Paris. Francisco Madero é o novo presidente e Zapata vai à capital para saber de Madero quando as terras tomadas dos camponeses seriam devolvidas. Madero usa um argumento parecido ao de Díaz; --"as terras serão recuperadas, mas, legalmente. Isto é um assunto delicado. Deve ser estudado ...". Madero quer presentear Zapata com um grande rancho, pois, segundo o costume, todos os generais vitoriosos tem direito a receber um rancho. É repreendido por Zapata; ele lutou pela devolução das terras dos camponeses, não por lucro pessoal.

Madero mostra ser um idealista, porém, indeciso e fraco. Na verdade, está sendo manipulado pelo General Huerta. Continua insistindo que quer fazer tudo conforme a lei; que não pode existir um país armado. Ordena que Zapata entregue as armas e dissolva seu exército. Zapata responde: --"Como podemos defender nossas terras sem armas? " Huerta, que estava atrás de uma porta ouvindo tudo, disse a Madero para matar Zapata, pois não chegariam a lugar nenhum enquanto ele estivesse vivo. Depois, Huerta diz para outros militares: --"Madero é um rato e pode ser manipulado; Zapata é um tigre que tem que ser morto".

Madero vai pessoalmente a Morelos e convence Zapata a entregar as armas. Enquanto isso é feito, os vigias anunciam que Huerta está chegando, para um ataque, com três divisões com artilharia. Zapata pensa que foi traído por Madero, mas este afirma, com veemência, que nada sabia. As tropas de Huerta caem numa emboscada preparada por Zapata e são derrotadas. Contudo, as tropas de Zapata sofrem pesadas baixas.

Voltando à capital, Huerta aprisiona Madero e o mantém sob custódia; é o novo ditador. Tempos depois, manda assassinar Madero.

Venustiano Carranza surge como opositor Victoriano Huerta e, com a ajuda de Pancho Villa e Emiliano Zapata, derruba Huerta. Pancho Villa e Zapata entram triunfalmente na capital mexicana e se instalam no Palácio. Mas não tinham planos para continuar no poder. Villa diz estar cansado da guerra e quer voltar para casa. Insiste com Zapata para que ele seja o presidente. Zapata ocupa temporariamente a presidência. Quando soube que seu irmão Eufemio tinha se apossado de algumas terras que tinham sido distibuidas aos camponeses, abandona a capital e vai para Morelos. Com sua saída, os generais tramam sua morte, pois ele estava tentando refazer seu exército. Um General, chamado Jesús Guajardo, finge simpatizar com a causa de Zapata. Diz ter uma grande quantidade de armamento e marca um encontro com Zapata. Quando este chega a uma "hacienda", em Chinameca, em 10 de abril de 1919, é assassinado por Guajardo. Seu corpo é deixado na praça da cidade para que todos vejam que ele está morto. Contudo, a população começa a espalhar a notícia que o corpo não é de Zapata; que ele está vivo nas montanhas e voltará assim que for preciso. Está criado o mito. ---Viva Zapata!

Comentários:

O roteiro do filme é romanceado; não é historicamente correto. Alguns fatos divergem, senão no todo, mas em alguns detalhes dos acontecimentos verdadeiros.